quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A Valorização da História Local

A Valorização da História Local

Resumo

O estudo proposto pelo Profº. Dr. Antônio Lindvaldo Sousa, em THS1, “A valorização da História Local” tem como escopo deixar patente ao estudante, mormente de História, a relevância de proceder à valorização da história de sua localidade e/ou comunidade e reconhecer a magnitude da existência de uma eminente e fundamental história: a história que existe intrinsecamente em cada um de nós, cujo papel de aflorá-la, despertá-la em nós, educandos, está sendo exercido com muita propriedade pelo nosso mestre.
Assumindo e valorizando a importância da nossa história saberemos dar o devido valor às pessoas que estão ao nosso redor e não permitiremos que a sua identidade e memória desfaleçam. Reconstruída, certamente, pela comunidade, a identidade sai da oralidade para os registros de documentos.
Cônscios da história da comunidade e realizando - com a mesma - a devida e necessária interação o nosso educador, na pessoa do Profº. Antônio Lindvaldo Sousa, capacita-nos como agentes verdadeiramente atuantes e capazes de transformar a realidade dessa comunidade.
Registre-se que o termo história maior (história geral) e história menor (história local) pode ser caracterizado e/ou vislumbrado pelo indubitável e notório poder da mídia, dos meios de comunicação, concentrados no eixo RJ/SP em detrimento de outras regiões do País que são menos privilegiadas economicamente, como, por exemplo, o Nordeste Brasileiro. Essa centralização, aliada a força de historiadores renomados que lá se estabelecem, não pode ser benéfica para a sociedade, visto que possui um caráter de cunho subjetivo, manipulatório e político-ideológico. Devemos, sim, rechaçar esse ideologismo retrógrado. Um exemplo pertinente a esse contexto é o da Revolução de 1930 que teve aspectos notoriamente distintos nos Estados brasileiros, muito embora objetivassem idênticos propósitos. Entretanto, ela foi transcrita para os compêndios com características pertencentes ao Rio de Janeiro e São Paulo.
É importante distinguirmos história vivida de história conhecimento. Vejamos o seguinte exemplo para diferenciá-las: Domenico Scandella (o Menocchio), trazido pelo Historiador italiano Carlo Ginzburg, após pesquisa no Arquivo da Cúria Episcopal da cidade de Udine.
                        Menocchio era um simples cidadão, que tinha uma opinião distinta daquela sociedade em que ele vivia. O alusivo historiador verificou nos documentos inquisitoriais que o mesmo tinha sido acusado de bruxaria e curandeirismo porque sustentava que “o mundo tinha a sua origem na putrefação”. Este fato ocorrido, em si, é um típico exemplo de história vivida. Porém, a partir do momento em que o historiador buscou naquele acontecimento um objeto de estudo e/ou de pesquisa, utilizando-se de uma certa proximidade/subjetividade (pela escolha do assunto) e distância (por seguir as regras da academia) passou a ser história conhecimento. Assim, a história conhecimento, segue, além da proximidade mencionada, as regras da academia, a objetividade, os pressupostos teórico-metodológicos.
                      Note-se que a sociedade é sustentada por valores, ou seja, é influenciada fortemente por ideias, opiniões que, inequivocamente, acabam manipulando o comportamento social do ser humano.