Por Astromônico Santana Lima
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Catedral Metropolitana - Aracaju/SE |
Cônscios de nossas raízes, da importância de vivermos em família e entendermos o significado das palavras que norteiam a sua constituição (pai, mãe, esposa, filho, filhas, irmãos, irmãs...), de acreditarmos na vida sendo regida por um ser Superior, complacente e inigualavelmente poderoso, que está conosco em todos os momentos e em quaisquer lugares por que passamos (mesmo que não percebamos), disposto a conduzir-nos à felicidade colimada, sem, no entanto, nada nos exigir, a não ser um pouco de compreensão, de paciência, de solidariedade, de atenção, para com o próximo, torna-se bastante tranqüila, em nós, a absorção dos bens culturais como algo de fundamental importância para uma comunidade, um grupo social e/ou uma sociedade em geral, e não simplesmente como um patrimônio desconstituído de significação.
A formação do caráter do homem não se inicia a partir do seu ingresso na academia. Ela é concebida desde a sua tenra idade e vai se desenvolvendo no dia a dia, de maneira coerente ou não, a depender da forma que cada partícipe da família obedeça ou não às orientações transmitidas por seus pais, que num contexto geral são de extrema validade para a definição de sua personalidade.
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Museu Olímpio Campos |
Ocorre que, hodiernamente, com toda essa evolução tecnológica pela qual vivenciamos, em pleno Século XXI, nota-se que há uma crescente margem de jovens que não têm uma linha de conduta pautada no respeito e na obediência aos seus genitores, e isso implica diretamente em uma problemática bastante significativa, que não deve ser olvidada, posto que irá proporcionar sérias conseqüências para a sociedade, em um futuro iminente, ou seja, um elevado número de jovens totalmente alienados, facilmente conduzidos por terceiros de má-fé. Exemplificando: Quando entramos na academia, nos deparamos com uma multiplicidade de culturas (seja no campo das idéias, dos ideais, dos pensamentos, das religiões, da sexualidade...), e se a personalidade nossa não tiver sido trabalhada, preparada (ou se não tivermos dado a devida relevância aos ensinamentos dos nossos pais) – antes de adentrarmos a academia – para lidarmos com essa diversidade, corre-se o risco de abdicarmos o nosso modo de vida para simplesmente seguirmos uma direção que não havia sido projetada. Faz-se premente e necessário que tenhamos uma postura digna e não soframos influência negativa de A ou B, e se ainda não a possuímos, que sigamos sempre os bons exemplos, os quais se não estiverem em nossos lares podemos extraí-los em outras fontes - um amigo, um vizinho, um médico, um personagem de um livro, ou algum indivíduo que, mesmo de forma fictícia, sirva-nos de paradigma comportamental e integridade moral a ser copiado. Percebe-se que a grande maioria dos doutores de academias propaga, de forma não inocente, o seu ceticismo. Agucemos o nosso intelecto e não nos permitamos dar credibilidade a isso. Não é pelo fato de sua maioria professar uma heresia patente, que devemos seguir essa onda. Pelo contrário, devemos adotar, em nossas vidas, uma linha de conduta com bastante coerência, munidos de fé, coragem, inteligência, força e consciência dos nossos desígnios, rumo à consecução das nossas metas, pois acreditamos que muitos deles – por trás de uma aparente auto-suficiência – são, meramente, seres frágeis e sem norte. No entanto, admitamos, são capazes de conduzir os mais desavisados para esse abismo inexorável.
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Igreja Nossa Senhora do Carmo - Ouro Preto/MG Patrimônio Cultural da Humanidade |
Considerando os fatos esposados e que muitos jovens atualmente estão propensos, perigosamente, à influência de terceiros, alcoolismo, sublevação, descrença, imediatismo, sexualidade pervertida, dependência química, desvalorização da família, egocentrismo etc. – frutos da inobservância de seus pais e/ou desvalorização da família – vemos, por conseguinte, como extremamente complexo, fazê-los compreender a relevância dos bens culturais – patrimônio cultural, se não conseguem se identificar, se inserir no contexto social, se estão intrinsecamente vazios, alheios a essa compreensão de mundo, despidos de sensibilidade?
Para haver a valorização do nosso Patrimônio Cultural (conjunto de Bens Culturais), seja de natureza Material (Tangível) ou Imaterial (Intangível), faz-se necessário que tenhamos sentimentos, sensibilidades em torno de algo. Assim, a identidade cultural e memória social desses jovens precisam ser resgatadas, trabalhadas, urgentemente, nas escolas e universidades (e de forma alguma distorcida por essas instituições) para que se reforcem de forma mútua, e tomando consciência do que os distingue ou não de outros grupos sociais, possam tornar-se profícuos para a manutenção dos seus Bens Culturais. Resta, portanto, que sejam implementadas políticas de construção de identidades culturais para reforçar a memória social daqueles que a possuem e principalmente fazer com que os que não a detenham, tomem posse dos seus valores, dos seus costumes, de suas manifestações e haja, conseqüentemente, continuidade de sua história (passando, sucessivamente, de pai para filho).
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