UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE – UFS
Curso: História – Licenciatura Noturno / 2011.2
Profº. Dr. Antônio Lindvaldo Sousa
Acadêmico: Astromônico Santana Lima
O presente Relatório faz parte integrante de atividade complementar da Disciplina Temas de História de Sergipe I, ministrada pelo Profº. Dr. Antônio Lindvaldo Sousa, e tem como desiderato inferir o nosso entendimento sobre a importância do Seminário em tela, ocorrido no dia 18 de outubro de 2011, das 19 h 10 min às 19 h 26 min, na Didática 3 – sala 110 – da UFS, cujo tema foi presidido pelos acadêmicos em História Licenciatura Noturno – Flávio dos Santos Vasconcelos, Leandro Augusto Oliveira de Melo e Leandro Gonçalves da Silva, os quais se utilizaram de recursos oral, folder e vídeo.
A equipe de seminaristas, logo após a exibição de um vídeo com a culinária indígena, abordou acerca do surgimento e/ou origem da mandioca, a importância da mesma como matéria-prima na produção de diversos alimentos, e fizeram alusão, inclusive, sobre a utilização da bebida cauim por parte dos índios.
Economicamente, entende-se que é relevante a cultura da mandioca, tanto na produção de raízes tuberosas feculentas, que representa significativo alimento para a satisfação humana, quanto na fabricação de produtos alimentícios ou de aplicação industrial e produção de álcool.
Extrai-se desse produto, a farinha, a tapioca, o beiju, bebidas alcoólicas. Também se comia na forma de farinha pura, misturada com carne, frutas, vegetais. A macaxeira - mandioca doce – ainda servia de alimento, assada ou cozida. O cultivo e a sofisticada técnica de preparo da raiz, para que se desfaça do ácido cianídrico, venenoso, teriam sido apresentados pelos aruaques aos índios de língua tupi. A mandioca dominava o território brasileiro em 1500 e continua sendo relevante para a economia do País.
Anote-se que a mandioca é uma planta de origem brasileira e, desde o descobrimento do Brasil, já era cultivada pelos índios. Hodiernamente, vem sendo explorada de forma abrangente por este País e pelos países Sul e Centro-Americanos e nas Antilhas. Cultivam de igual forma a mandioca, regiões do planeta de clima tropical e subtropical, como, por exemplo, Ceilão, Filipinas, Java, Tailândia, Madagascar e considerável parte da África.
Os fins do cultivo da mandioca são bastante diversificados e extremamente relevantes, seja para a produção de raízes para consumo humano, na forma de pratos diversos, seja para ração de bovinos, aves e suínos, seja para as indústrias de raspas (farinhas de raspas e mesa), polvilho azedo ou doce para biscoitos e confeitos, indústrias de papel, papelão e tecidos, dentre outros.
Saliente-se que existem variedades de mandioca – as chamadas “bravas” – que quando ingeridas com ou sem cozimento podem causar intoxicações; outras, por sua vez, como as chamadas variedades “mansas” – macaxeiras ou aipins – não trazem riscos para o consumo humano, mas variados benefícios.
A farinha de mandioca pode-se asseverar que é um alimento que mesmo depois de vários séculos permanece mantendo o seu prestígio popular em diversos universos culturais.
Os vários tipos de farinha de mandioca resultam da prensagem, ralagem e secamento da raiz da mandioca, e a farinha de tapioca ou polvilho, que é feita com o fino amido oriundo da decantação do caldo prensado da massa de mandioca. No Brasil, possui muitos nomes, a depender da região, tais como: mandioca brava (contém o veneno ácido cianídrico), aipim, castelinha, macaxeira, mandioca doce, mandioca mansa, maniva, maniveira, pão-de-pobre, e variedades como aiapuã e caiabana, ou nomes que designam apenas a raiz, como caarina.
Por fim, no que concerne ao cauim, era uma bebida típica dos Tupinambá, com alto teor alcoólico, que continha um gosto semelhante ao leite azedo. Essa bebida também era consumida por outras tribos do Brasil. Para corroborar essa informação, vide texto colacionado do endereço eletrônico www.infopedia.pt/$historia-do-cauim.
“Na base do seu preparo, entram as raízes da mandioca ou do milho, segundo a época do ano, e frutas silvestres diversas. O processo de preparação despertou desde cedo a curiosidade e foi cuidadosamente descrito no século XVI, tanto por portugueses (Fernão Cardim), como por franceses (Jean de Léry). Começavam por cozinhar as raízes da mandioca que depois ferviam até ficarem tenras deixando-as arrefecer em seguida. Mulheres e raparigas virgens, de preferência, as mais bonitas, reuniam-se em redor do recipiente de barro e, à vez, mastigavam a mandioca e cuspiam-na de novo para o recipiente. As enzimas contidas na saliva atuavam sobre as fibras e transformavam-nas em açúcares fermentados. Depois a papa ia de novo ao lume e era mexida com uma colher de pau. Por fim, ficava a fermentar em grandes recipientes de barro até à altura de ser consumido. O mesmo processo era utilizado para fazer a bebida com milho. O cauim podia ser fabricado em qualquer altura do ano, já que os ingredientes de base estavam sempre disponíveis.
As cuinagens eram as reuniões durante as quais os Tupinambás bebiam o cauim. Por vezes, também consumiam a carne dos inimigos capturados e engordados para a ocasião. Mas o consumo da bebida podia ser também feito por uma ou duas pessoas, embora o mais comum fosse em grupo, com dezenas ou centenas de pessoas de várias aldeias. Na ocasião, o cauim era consumido quente e, para isso, as mulheres colocavam o recipiente de barro em fogo lento numa fogueira no centro da aldeia. Enquanto mexiam a bebida opaca e espessa com uma colher de pau, iam-na servindo aos homens que dançavam em círculo. Estes bebiam de uma só vez das suas taças, ao contrário das mulheres que bebiam pausadamente.
Os missionários jesuítas, para combater o que consideravam costumes infames e incontroláveis, pois as cauinagens conduziam à embriaguez e à sexualidade desenfreada, optaram por converter as mulheres, já que elas representavam um elemento primordial na preparação do cauim. A elas cabiam todas as tarefas ligadas à preparação do cauim, desde a plantação das raízes da mandioca ou do milho, à colheita dos frutos e fermentação da papa até ao fabrico dos recipientes, as cuias onde se servia a bebida. Eram ainda as mulheres que serviam a bebida nas cauinagens. Curiosamente, os atos de antropofagia praticados pelos Tupinambá impressionaram menos os missionários do que os dois primeiros aspectos, a embriaguez e a licenciosidade”.
As cuinagens eram as reuniões durante as quais os Tupinambás bebiam o cauim. Por vezes, também consumiam a carne dos inimigos capturados e engordados para a ocasião. Mas o consumo da bebida podia ser também feito por uma ou duas pessoas, embora o mais comum fosse em grupo, com dezenas ou centenas de pessoas de várias aldeias. Na ocasião, o cauim era consumido quente e, para isso, as mulheres colocavam o recipiente de barro em fogo lento numa fogueira no centro da aldeia. Enquanto mexiam a bebida opaca e espessa com uma colher de pau, iam-na servindo aos homens que dançavam em círculo. Estes bebiam de uma só vez das suas taças, ao contrário das mulheres que bebiam pausadamente.
Os missionários jesuítas, para combater o que consideravam costumes infames e incontroláveis, pois as cauinagens conduziam à embriaguez e à sexualidade desenfreada, optaram por converter as mulheres, já que elas representavam um elemento primordial na preparação do cauim. A elas cabiam todas as tarefas ligadas à preparação do cauim, desde a plantação das raízes da mandioca ou do milho, à colheita dos frutos e fermentação da papa até ao fabrico dos recipientes, as cuias onde se servia a bebida. Eram ainda as mulheres que serviam a bebida nas cauinagens. Curiosamente, os atos de antropofagia praticados pelos Tupinambá impressionaram menos os missionários do que os dois primeiros aspectos, a embriaguez e a licenciosidade”.
Ante o exposto, consideramos que o seminário – Feira de Alimentos: Alimentação Indígena atingiu o seu intento maior: fazer-nos refletir, entender e aprofundarmos na temática.
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