quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Relatório – Seminário: Literatura e Colonização


Por Astromônico Santana Lima

O presente Relatório faz parte integrante de atividade complementar da Disciplina Temas de História de Sergipe I, ministrada pelo Profº. Dr. Antônio Lindvaldo Sousa, e tem como desiderato inferir o nosso entendimento sobre a importância do Seminário em tela, ocorrido no dia 17 de novembro de 2011, na Didática 3 – sala 110 – da UFS, cujo tema foi presidido pelos acadêmicos em História Licenciatura Noturno – Luciano Filho, Mislene Batista, Maria Aline Matos, Mayra Santos, Taís Danielle e Magno Costa, os quais se utilizaram de recursos oral, folder e vídeo.
A equipe de seminaristas, logo após a exibição de um bom vídeo sobre o entrelaçamento e/ou relação entre a literatura do nosso Estado e seus autores de grande expressão, como Felisbelo Freire, Pires Wynne, Felte Bezerra, Maria Thetis Nunes e Ilma Fontes, enfatizou sobretudo “A Fúria da Raça”, de Ilma Fontes, a qual elaborou essa obra em quatro anos, após um árduo trabalho de pesquisa, principalmente no Museu do Índio (RJ), tendo sido concluída em 1987.
 Fizeram questão de dimensionar um pouco da emoção que deixa transparecer a aludida obra, a qual, a priori, foi projetada para ser uma produção de cinema. Ela relata a ação dos nativos ante o estado bélico que fora implementado pelo colonizador, que aspirava a dominação das terras de Sergipe. 
 Não obstante as críticas (na nossa opinião construtivas) tecidas pelo professor Dr. Antônio Lindvaldo Sousa no tocante à forma que estava sendo conduzida o seminário, adentrando - os seminaristas - muito no aspecto biográfico dos autores sergipanos, e não na abordagem da literatura sergipana, os seminaristas cumpriram eficazmente a sua explanação do seminário, e nos mostraram a importância da historiografia literária Sergipana, desmistificando a idéia do colonizador de que o índio era simplesmente um bárbaro ou um animal selvagem. 

Relatório - Visita Técnica - Parque Histórico do Garcia D'Ávila


UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE – UFS
Curso: História – Licenciatura Noturno / 2011.2
Profº. Doutor Antônio Lindvaldo Sousa
Acadêmico: Astromônico Santana Lima
  
O presente Relatório refere-se à visita técnica, ocorrida no dia 19 de novembro de 2011, no Parque Histórico Garcia D’Ávila, localizado no município baiano de Mata de São João, como atividade complementar da Disciplina Temas de História de Sergipe I ministrada pelo Profº. Doutor Antônio Lindvaldo Sousa, e tem como objetivo manter viva a historiografia brasileira e sergipana.
Entrada do Complexo do Garcia D'Ávila
foto Márcia Sierra
Saímos do Posto Jardins – Aracaju/SE, às 05 h 15m, e nos dirigimos ao Posto de gasolina da Rodoviária Nova, onde de lá seguimos para o nosso destino, qual seja o Parque Histórico Garcia D’Ávila.
Engenho - Santa Luzia do Itanhi
foto Márcia Sierra
Durante o caminho passamos por dois engenho que foram importantes para a história do Estado de Sergipe, sendo que o Profº. Antônio Lindvaldo nos relatou o contexto histórico de cada um dos engenhos que ficam localizados no município de Santa Luzia do Itanhi/SE.
Alunos do 1º ônibus
foto Márcia Sierra
Chegamos ao Complexo do Garcia D’Ávila às 09h 50m, e nos dirigimos para um salão, onde o Profº. Doutor Antônio Lindvaldo ministrou uma aula sobre quem foi o Garcia D’Ávila e a importância da família para a história.
Aula do Prof. Antônio Lindvaldo
foto Márcia Sierra
Ao sairmos do salão fomos para a figueira centenária onde nos sentamos e ouvimos o Profº. Doutor Antônio Lindvaldo, nos contar um pouco mais sobre a importância do local visitado, após a exposição histórica do professor, fotografamos o Complexo histórico do Garcia D’Ávila e pudemos constatar que embora seja uma construção antiga preserva suas características da construção, sendo que a capela N. S. da Conceição é muito bem conservada.
Prof. Lindvaldo e alunos reunidos no anfiteatro da Figueira
 foto Márcia Sierra
O Parque Histórico Garcia D’Ávila, compreende a Capela Nossa Senhora da Conceição, as ruínas do Castelo e a Casa da Torre de Garcia D’Ávila. Segundo afirmado pelo Profº. Doutor Antônio Lindvaldo, o Castelo é uma construção da época da colonização, e possui as características de um castelo medieval, além de ser o único castelo com o estilo medieval em toda América Latina.
2º Pavimento do Castelo
foto Márcia Sierra
Importante destacar que o castelo foi estrategicamente construído no alto para proteger as terras, pois o local possui uma vista privilegiada por ficar no alto e ser possível visualizar o mar.
Ao lado da árvore centenária tem uma capela, casa e castelo. O castelo é um símbolo de poder e riqueza dos D’Ávilas. Eles não só investiram para dominar as terras indígenas, criar gado, como tinham o privilégio de fazer parte de quase todas as decisões de Salvador.
Ruínas do Castelo
foto Márcia Sierra
Reza a lenda que o castelo é mal-assombrado. Isso serve para instigar a sua curiosidade e reservar um tempo na sua agenda para visitá-lo e dirimir eventuais dúvidas a esse respeito.
Particularmente, tiramos algumas fotos que podem ratificar toda essa lenda. Vale a pena verificar in loco todo esse mistério e beleza do castelo e seu entorno, que pertenceu a família Garcia D’Ávila. 

Relatório - Seminário – Jesuítas e a Colonização de Sergipe


O presente Relatório faz parte integrante de atividade complementar da Disciplina Temas de História de Sergipe I, ministrada pelo Profº. Dr. Antônio Lindvaldo Sousa, e tem como escopo inferir o nosso entendimento sobre a importância do Seminário em tela, ocorrido no dia 15 de outubro de 2011, na Fazenda Tejupeba, no município de Itaporanga D’Ajuda/SE, cujo tema foi presidido pelas acadêmicas em História Licenciatura Noturno – Marise Isabel Dantas Souza, Josicarla Machado, Valéria Araújo e Vanessa Gonçalves.
A equipe de seminaristas, acima aludida, utilizando-se de recursos oral e folder, abordou a temática de forma coerente e plausível, deixando patente a participação dos jesuítas no processo de catequização dos índios e a colonização de Sergipe.
Os jesuítas vieram ao Brasil em 1549 na expedição chefiada por Tomé de Souza. Eles se expandiram por todo o território brasileiro com a missão de catequizar e educar os índios. Ressalte-se que essa ordem regular de expansão era subordinada ao Estado português, conforme os preceitos do Padroado Régio. Nesse sentido, GLÓRIA KOK evidencia que “as almas e as riquezas materiais configuram-se como integrantes de um projeto único: o de enriquecer a Metrópole espiritualmente com as almas e financeiramente com as benesses fornecidas pela natureza” (KOK, 2001, P. 76).
A concepção missionária da Companhia de Jesus no Brasil colônia era transformar índios, através do ensino, em bons cristãos. Instruí-los  nos  hábitos  de  trabalho  dos  europeus,  e transformá-los em cidadãos flexíveis a coroa Portuguesa.
É inegável que a chegada dos jesuítas em nosso território está relacionada com o movimento da Reforma Protestante, liderado por Martinho Lutero, de grande repercussão, que redundou na motivação da Igreja Católica a dar início a Contra-Reforma. Assim, a forte expansão do movimento de catequese pelos jesuítas aqui no Brasil - grande colônia Portuguesa - ocorreu certamente como uma reação ao crescimento da influência das idéias luteranas, tendo como objetivo combater a expansão do protestantismo e as críticas Reformistas.
No Estado de Sergipe, a presença da Companhia de Jesus é datada de 1575, e foi comandada pelo padre jesuíta Gaspar Lourenço, o qual construiu várias igrejas, expandiu a catequese, e introduziu símbolos e rituais da Igreja Católica no dia a dia dos índios. Dentre as missões constituídas por Gaspar Lourenço, podemos citar: São Thomé, Santo Inácio e São Paulo, obtendo o apoio dos grandes caciques Serigi, Surubi e Aperipê.   
Gaspar Lourenço quando adentrou as terras de Sergipe tinha 40 anos de idade e foi discípulo do Pe. Jesuíta José de Anchieta. Portanto, ele não poderia ser considerado um neófito. Um dos seus expedientes para atrair os índios era a música, catecismo e diversos rituais cristãos.
Note-se que no ano de 1576 a fase inicial de catequização dos índios por parte dos jesuítas tornou-se extremamente dramática e, certamente, interrompida provisoriamente, uma vez que o então governador da Bahia, Luiz de Brito, veio a Sergipe confrontar-se com os índios e as conseqüências dessa empreitada militar não foram nada satisfatórias para a Companhia de Jesus, em que houve, além do extermínio de muitos índios, a escravização de mais de 1000 gentios, sendo os mesmos transportados para a Bahia. As esperanças catequéticas dos jesuítas em nossas terras só foram retomadas em 1590, com Cristóvão de Barros. Nessa volta a Tejupeba, os jesuítas tinham a intenção não só de catequizar os índios como também de criar gado.
Não por acaso, a localização de Tejupeba foi planejada pela proximidade com o rio Vaza-Barris e pelo monte, onde foi construída a igreja. Por ser uma área mais elevada da região, facilitava a visualização da chegada de inimigos, que vinham para atacar a fazenda. No tocante ao alusivo rio, caso algum barco se aproximasse do local os jesuítas tinham a visão geral da área e do seu inimigo, uma vez que estavam em pontos estratégicos. Tejupeba muito se destacou, no cenário nacional, mormente pela construção de embarcações, visto que a região era formada por mata que possuía madeiras de boa qualidade, e muitos jesuítas, inclusive, eram especialistas na construção de barcos.
A arquitetura da Fazenda segue os padrões das construções dos jesuítas e o seu poderio arquitetônico. Após a expulsão dos jesuítas, pelo Marquês de Pombal, em 1759, a Fazenda Tejupeba passou a ser engenho, e em 1764 as terras foram arrematadas por Nicola Mandarino, em 1920 o proprietário tomou posse e deu o nome de Fazenda Iolanda, em homenagem a uma de suas filhas. A mesma foi tombada em 1943, no entanto, evidencia-se a ausência de preservação.
As terras que pertenciam aos jesuítas foram-lhes doadas pelas sesmarias. Assim, construíram um complexo arquitetônico formado pela igreja Nossa Senhora de Lourdes,  pelo Colégio, que servia como referência Cristã. A Fazenda foi arrematada no transcurso dos anos pelas famílias Dias, Coelho, Melo e Mandarino. 
Os jesuítas atuaram em Sergipe, a princípio, como catequizadores, depois como fazendeiros. E, em outro momento, de pouca relevância, na plantação da cana de açúcar, no final do Século XVIII. A expulsão dos jesuítas ocorreu em 1759 com a Carta Régia do Marquês de Pombal, que determinava a prisão de um padre em Tejupeba e dois em Jaboatão, finalizando o processo de expulsão e participação dos jesuítas em Sergipe e que todas as terras que eram dos jesuítas passaram para particulares.
Isso aconteceu na época em que a Europa vivia a fase do iluminismo, onde propagaram a concepção de que a Igreja trazia as trevas e, por conseguinte, os religiosos deveriam ser expulsos do campo educacional.
Em Portugal, o Marquês de Pombal é considerado um dos grandes heróis, uma vez que tentou varrer, não só de Sergipe, como do Brasil, todos os jesuítas.
Ante o exposto, podemos inferir que esse seminário foi bastante profícuo para ampliação dos nossos conhecimentos acerca dos jesuítas e a colonização de Sergipe.


Relatório - Seminário - Garcia D'Ávila e a Colonização de Sergipe

Por Astromônico  Santana Lima.

O presente Relatório faz parte integrante de atividade complementar da Disciplina Temas de História de Sergipe I, ministrada pelo Profº. Dr. Antônio Lindvaldo Sousa, e tem como escopo inferir o nosso entendimento sobre a importância do Seminário em tela, ocorrido no dia 22 de novembro de 2011, na Didática 3 – sala 110 da UFS, cujo tema foi presidido pelos acadêmicos em História Licenciatura Noturno – Crécia Maria, Jorge dos Santos, José Souza e Tony Alan.
A equipe de seminaristas, acima aludida, utilizando-se de recursos oral, vídeo e folder, abordou a temática de forma coerente e plausível, deixando patente quem foi Garcia D’Ávila, a sua chegada ao Brasil, a importância da casa da Torre, e as nove gerações da família D’Ávila.
Garcia D’Ávila chegou ao Brasil na mesma expedição de Tomé de Sousa, em 1549. Consoante a historiografia, ele era filho bastardo de Tomé de Sousa e, por conseguinte, obteve privilégios, regalias e proteção desde o princípio de sua trajetória.
Teve, a priori, uma função burocrata de almoxarife. Em seguida, por ser uma profissão mais lucrativa, deliberou ser senhor de engenho, porém não logrou êxito e decidiu ser criador de gado. Aos vinte e quatro anos era considerado um dos homens mais abastados e poderosos da região, indubitavelmente porque recebia todo auxílio e guarida de Tomé de Sousa.
Portanto, ressalte-se, estão inteiramente entrelaçadas - graças ao elevado grau de parentesco e seus conseqüentes privilégios - as histórias de Garcia D’Ávila e Tomé de Sousa.
A família Garcia D’Ávila, em pouco tempo, constituiu-se em uma das famílias mais poderosas da Bahia e do Brasil. Tão-somente na década de 1940 do século XIX essa família entrou em decadência. O seu domínio se estendeu desde o século XVI até o século XIX. Assim, enquanto existiu o morgado a família dominou.
Parque Histórico Garcia D'Ávila
foto Márcia Sierra
Registre-se que o morgado tratava-se de uma lei criada para que apenas o filho primogênito pudesse receber a herança. Se o filho primogênito recebesse a herança só haveria uma pessoa como herdeiro. Se tivesse mais de um herdeiro a propriedade poderia sucumbir. Uma forma de perpetuar o poder das terras, o poder político, o domínio do castelo, das terras, do gado etc era mantendo a lei do morgado. Quando a lei do morgado desapareceu no século xix e quando o último do D’Ávilas não teve filho, ou seja, não teve herdeiro, a herança passou para parentes próximos e em decorrência disso começou a se fragmentar, dividir o patrimônio, perdendo, assim, todo o domínio que até então havia sobre as terras. Hoje, o local onde fica o castelo Garcia D’Ávila é uma propriedade privada pertence a Otávio Nunes (não tem nada a ver com os D’Ávilas). Embora seja um bem tombado desde 1939, percebe-se que carece urgentemente de uma restauração, mormente no castelo, que se encontra em ruínas. O mesmo se localiza na Mata de São João/BA, que era uma região indígena e fazia parte da missão dos jesuítas.
A família D’Ávila teve início construindo uma relação de parentesco entre brancos e índios e esses índios passaram a ser os trabalhadores e os defensores do patrimônio, formando um exército.
Garcia D´Ávila tinha como inimigos os jesuítas e os capuchinhos. Os Carmelitas sempre foram seus aliados e por conseqüência foram os primeiros a receberem terras na briga em Sergipe contra os jesuítas.
A primeira relação que se tem é como os índios. Ele tinha a mulher legítima e tinha relação sexual com uma índia e surge então a primeira herdeira porque a mulher dele não podia ter filhos. Então essa aliança garantiu um exercito particular e a continuação. Essa família no decorrer de sua ascensão vai fazer parte da lei do morgado e é através dessa lei – que só o filho primogênito pode receber a terra – que deserdaria qualquer um que casasse fora do eixo da família. Havia casamento de sobrinha e tio para garantir a propriedade. Também a garantia de parentesco entre si garantia esse patrimônio.
Os D’Ávilas, a começar por Garcia D’ávila, fizeram investimento em dinheiro e em muitos trabalhadores, inclusive índios para construir o castelo, que simboliza todo o poder dessa família. É monumental até hoje. A vista pelo mar nós temos a idéia de que o castelo é uma representação simbólica do poder e é também uma casa forte de defesa, não foi construído à-toa, está em um local elevado, onde se pode visualizar o mar, e onde se poderia ter estratégia para se defender de eventuais ataques dos índios, dos franceses e holandeses. O castelo no período colonial tinha duas funções, a de moradia da aludida família e a de defesa.
Castelo Garcia D'Ávila e Capela N. S. da Conceição
foto Márcia Sierra
Ressalte-se que é o único castelo da América Latina que tem estilo medieval. A protetora é Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal e de muitos municípios brasileiros.
Ante o exposto, podemos inferir que esse seminário foi bastante proveitoso e esclarecedor para enriquecer os nossos conhecimentos acerca da família Garcia D’Ávila, o castelo e a colonização de Sergipe.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Resumo do filme "Avante Camaradas"

AVANTE CAMARADAS

Por Astromônico Santana Lima


“Num filme o que importa não é a realidade, mas o que dela possa extrair a imaginação.” Charles Chaplin

Avante Camaradas, trata-se de um filme de curta-metragem, tipo documentário-ficção, produzido no Brasil em 1986, com roteiro e direção de uma cineasta francesa, que, inclusive, já residiu neste País por uma década, cuja temática versa acerca do surgimento da música revolucionária Avante Camaradas, composta para homenagear a Coluna Prestes, e como a mesma passou a integrar o hino das Forças Armadas deste País, deixando sutilmente transparecer a importância do episódio – Coluna Miguel Costa-Prestes, ou simplesmente Coluna Prestes – a qual teve como principais integrantes: Luís Carlos Prestes, Juarez Távora, Miguel Costa e João Alberto. Seu principal desiderato era percorrer todo o interior brasileiro para disseminar o ideal revolucionário e proceder à conscientização da população rural, para que a mesma enfrentasse o domínio altamente exploratório exercido até então pelas elites “vegetais”.
Ademais, os revolucionários alimentavam a esperança de despertar para si a atenção do governo para que assim pudessem emergir novas revoltas nas cidades e/ou centros urbanos. O presidente naquela época era Artur Bernardes (1922-1926), símbolo de retrocesso para o Brasil e estopim do movimento tenentista. O governo Bernardes pode ser classificado como extremamente ditatorial, que manteve - sob estado de sítio - a suspensão das garantias constitucionais ao longo de todo o seu mandato, censurou a imprensa, mandou prender e deportar seus adversários para a Amazônia.
Quanto à cineasta supracitada - Micheline Marcelle Bondi - é natural de Nice, na França. O seu nascimento ocorre no ano de 1948. Vem trabalhar, como jornalista, no Rio de Janeiro, em São Paulo e Salvador, em 1969. Roteirista de histórias em quadrinhos (Madri, 1971). Faz contato com pessoal da Escola de Cinema Experimental da Universidade de Vincennes (França). Volta ao Rio de Janeiro em 1978 e faz curso de cinema no Parque Lage, com o diretor de fotografia Fernando Duarte e Sérgio Santeiro. Dirige os curtas: Um morto no exílio (co-direção de Daniel Caetano, 1978) e Avante Camaradas (1986). Pesquisa o movimento camponês entre 1940 e 1964 em periódicos, entrevista os políticos Cid Sampaio e Gregório Bezerra, e os padres Crespo e Mello. Registra em documentário longa, feito em 16 mm e em cores, o Recife e a Zona da Mata pernambucana, abrangendo a volta dos exilados, com narração dos próprios, incluindo Miguel Arraes e as eleições de 1982 (Depoimento do autor). 1982 – De Pernambuco falando para o mundo (Maralto PC).
Cumpre-nos enfatizar alguns aspectos técnicos do retromencionado filme, a saber: produção Embrafilme, Micheline Bondi, Tabas Comunicações; elenco Rita Santos Machado, Álvaro Vianelli, Amil Abinasser, Carlos Bini, João Carlos Teixeira, João Curty, Mário Castillo Jr, Neilton Lima, Paulo Jordão, Rita Ramos Machado, Sérgio Alexandre; narração Jorge Ramos; edição de som e montagem José Moreau Louzeiro; fotografia César Morais, Gilberto Otero; música Antonino Espírito Santo; idioma português; origem Brasil (RJ); cor p/b; bitola 35 mm; duração 15 min 30 s; roteiro e direção Micheline Bondi. Foi contemplado, entre outros, com o Prêmio de Melhor Curta-Metragem Júri Oficial do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro 1987; Prêmio Paulo Emílio Salles Gomes – XVI Jornada Internacional de Cinema da Bahia, 1987; Prêmios do Júri Popular, Imprensa e o troféu Macunaíma.
No bojo do filme em epígrafe, percebe-se que é extremamente necessário que nos reportemos à década de 1920, para que possamos compreender que o Brasil retratado pelo filme atravessava um momento bastante convulsionado na sua história, onde imperava sobretudo a fome, a miséria, o desemprego, a exploração, a desesperança das camadas menos favorecidas. Nesse diapasão, talvez, somente com o surgimento de um “Cavaleiro da Esperança” pudesse o País seguir rumo ao seu desenvolvimento político, econômico e social, e não olvidasse o povo tão sofrido e menosprezado.
 No decorrer da alusiva década, o movimento tenentista destacou-se no contexto político, desestruturando as bases de sustentação da chamada República Velha. Esse movimento pregava, entre outras coisas, a moralização da vida pública, a defesa dos interesses econômicos nacionais e a adoção do voto secreto para evitar fraudes eleitorais, ou seja, seus líderes repudiavam veementemente as práticas políticas oligárquicas. Embora com um programa moralizador de certo modo vago, os jovens oficiais (tenentes) entusiasmaram a população, mormente as denominadas camadas médias e baixas. Ressalte-se que eram elevadas as dificuldades do Exército nacional, onde as suas promoções se davam lentamente e os soldos eram assaz reduzidos.
Sinteticamente, as principais revoltas tenentistas foram: Revolução Tenentista de Copacabana (Os Dezoito do Forte, no Rio de Janeiro, em 1922); Rebelião em São Paulo, em 5 de julho de 1924; Rio Grande do Sul, em outubro de 1924; Sedição no Amazonas, em 23 de julho de 1924; COLUNA PRESTES, 1925-1927 – composta pelas colunas paulista, de Miguel Costa,  e gaúcha, de Luís Carlos Prestes.
No que concerne à canção Avante Camaradas, o filme sugere a sua autoria como sendo emanada do “maestro” Antonino Espírito Santo, nos anos de 1920, e tendo como finalidade precípua homenagear a Coluna Prestes. Ocorre que, por ser ouvida freqüentemente nas cerimônias militares, paradas, e também nas comemorações cívicas passou a integralizar o hino do Exército do Brasil, mesmo não havendo sido composta para esse desígnio. Este episódio é assaz inusitado e meio paradoxal, uma vez que o hino revolucionário em prol da Coluna Prestes findou nas mãos justamente das tropas que foram delimitadas para rechaçar e/ou combater a alusiva Coluna, a qual, durante os anos de 1925 a 1927, atravessou por vários Estados brasileiros, como, por exemplo, Bahia, Paraíba, Minas Gerais, Goiás, Pernambuco, e chegando, inclusive, ao Jalapão, hodiernamente Estado do Tocantis, adentrando, a seguir, em território boliviano.
O nome da banda do maestro Antonino Espírito Santo, o qual é natural de Angical, Oeste da Bahia, é denominada Banda Filarmônica Lira Angicalense. Registre-se que os partícipes desse curta-metragem são atores e cidadãos da própria cidade de Angical.
Quando, nos anos 1920, houve a circulação da informação que os componentes da Coluna Prestes aproximavam-se de São Romão, no rio São Francisco, localidade circunvizinha a Angical, e as notícias se propagavam celeremente, através dos jornais, que faziam comentários exaltados acerca da revolta chefiada pelo então capitão Luís Carlos Prestes, toda a sociedade angicalense se dispunha recepcionar de forma ímpar e/ou singular com uma festa dantes nunca vista naquele município. Porém, a priori, todo entusiasmo transformou-se numa decepção imensa por parte de toda a Angical ao perceber que a Coluna Prestes havia se desviado do caminho, seguindo durante alguns dias pela Bahia, adentrando o Maranhão e desviando-se para o Estado de Pernambuco. Registrou-se, na época, uma grande batalha em Piançã, na Paraíba. Em seguida, a Coluna avançou novamente pela Bahia e o povo angicalense ficou entusiasmado. Consoante o filme, Antonino Espírito Santo tocou a marcha Avante Camaradas durante todos os dias no coreto da praça, com a participação dos cidadãos de Angical.
Em uma determinada manhã, logo perceberam, os cidadãos da cidade, que tinham novidades nada agradáveis: um destacamento do Exército encarregado de tentar parar a Coluna Prestes, acabara de acampar em Angical. Porém, de tanto ouvir os acordes do Avante Camaradas toda corporação aprendeu o hino.
Tão logo Prestes chegou à Bolívia, o destacamento foi autorizado a retornar para o Rio de Janeiro. Assim, os soldados foram embora cantando o referido hino, que se disseminou por todo o Brasil e acabou adotado pelo Exército Nacional.
Indubitavelmente, é inconcebível compreendermos a década de 1920 em nosso País sem levarmos em consideração o tenentismo e, mormente, a Coluna Prestes – que esteve, propositalmente, relegada ao esquecimento, no Brasil, durante várias décadas. Considerando a sua magnitude, esse fato histórico (Coluna Prestes) deve ser transmitido para as novas gerações, afinal refere-se à luta pela libertação do País do governo ditatorial de Artur Bernardes, cujo descontentamento de toda a população fazia-se patente. Ela - a Coluna Prestes - se manifesta contra os impostos exorbitantes, a mentira do voto, o amordaçamento da imprensa, as perseguições políticas, o desrespeito a autonomia dos estados.
 Percorreu aproximadamente vinte e cinco mil quilômetros, através de treze estados do País, não tendo sido derrotada em nenhum momento. Os seus opositores e perseguidores, incluindo os principais comandantes do Exército brasileiro, sofreram consideráveis perdas e significativos reveses impostos pelos rebeldes a sua marcha. A Coluna Prestes derrotou dezoito generais. Foi perseguida por tropas heterogêneas, compostas tanto por jagunços dos coronéis, como pelo Exército e pelas Polícias Estaduais. Ela adotava a tática da guerra de movimento e isso lhe garantia a própria sobrevivência em condições muitas vezes extremamente desfavoráveis. Note-se que a Coluna Prestes se transformou num exército bastante popular, tendo sido a sua marcha pelo Brasil importantíssima para que a chama de sublevação dos tenentes continuasse acesa. Foi através da sobrevivência aguerrida dessa Coluna que surgiram diversos levantes tenentistas em vários pontos do País. E esse clima convulsionado favoreceu substancialmente a produção das condições que conduziram a queda da República Velha e a conseqüente vitória da “Revolução de 1930”, o que proporcionou o começo de uma etapa inovadora no desenvolvimento capitalista em nosso País.
Durante o período que esteve no comando da Coluna, deparou-se com um quadro de miserabilidade em grande parte da população do Brasil, e resolveu mudar de tática.  Assim, com essa nova visão do País, o comando da Coluna Prestes decidiu partir para o exílio, adentrando as terras da Bolívia no dia 3 de fevereiro de 1927. Detalhe: os generais do governo locupletaram-se às custas do erário público, que por sua vez ofertava benesses para acabar com os integrantes da Coluna. Em contrapartida, os rebeldes chegaram à Bolívia, apenas com o moral em alta e conscientes de que cumpriram o seu dever, não tendo recebido nenhum pagamento específico ou qualquer tipo de vantagem.
Prestes, no exílio, entrou em contato com a direção do Partido Comunista Brasileiro e iniciou os estudos do marxismo. Ele buscou uma explicação para as causas da situação de miserabilidade da população, que ele mesmo presenciou durante a marcha da Coluna, e a solução para o problema, e chegou a conclusão de que somente no marxismo poderia achar respostas racionais para a referida situação que o afligia. Destarte, a resposta se resumia na extrema necessidade de achar o caminho para a revolução socialista do nosso País.
Com essa nova postura ideológica, aderiu ao programa dos comunistas e, não logrando êxito em trazer para si como aliados alguns de seus ex-companheiros do movimento tenentista, decidiu romper publicamente com os mesmos mediante o Manifesto de Maio de 1930. Alguns anos depois, Prestes se transformou na mais proeminente liderança do movimento comunista no Brasil. Graças a Coluna Prestes que emerge a grande liderança da revolução social, em prol deste País, a saber: Luís Carlos Prestes (1898-1990), militar e político brasileiro, que estudou Engenharia na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro.
Ante o exposto, asseveramos que esse documentário - Avante Camaradas - de Micheline Bondi é extremamente relevante, enriquecedor e instigante no sentido de fazer-nos rememorar parte de nossa história, que não deve jamais ser colocada à margem, ser posta ao ostracismo.  Inequivocamente, o Brasil precisa de cidadãos cônscios, intrépidos, resolutos, prontamente aptos a exercer seus papéis na sociedade em prol de uma melhoria generalizante, seja no âmbito político, econômico, social ou cultural. Dada as devidas proporções, note-se que grande segmento da classe política hodierna pouco difere dos políticos de outrora, no que concerne aos quesitos desonestidade, avareza, compra de votos, troca de favores, corrupção, entre outros. A nós, cidadãos brasileiros, compete-nos, portanto, exigir dos mesmos um tratamento pautado no respeito, dignidade, lealdade, equidade, probidade, moralidade, e nas observâncias das normas legais, principalmente no tocante à Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.


Referências Bibliográficas:

- MIRANDA, Luiz F. A: Dicionário de Cineastas Brasileiros: São Paulo: Editora ART,  1990.
- TRONCA, Ítalo A: Revolução de 30: a dominação oculta: São Paulo: Editora Brasiliense: 8ª edição, 1993 - 2ª reimpressão, 2004.
- BUENO, Eduardo: Brasil: uma história: cinco séculos de um país em construção, São Paulo: Leya, 2010.
-TEIXEIRA, Francisco M. P: Brasil História e Sociedade: São Paulo: Editora Ática, 1ª edição – 6ª impressão: 2006.
- FREITAS NETO, José Alves de; TASINATO, Célio Ricardo: História Geral e do Brasil: São Paulo: Editora Harbra, 2006.
- http://www.millarch.org/artigo/os-curtas-sao-das-mulheres

sábado, 29 de outubro de 2011

Identidade Cultural e Memória Social do indivíduo em prol dos Bens Culturais.


Por Astromônico Santana Lima

Catedral Metropolitana - Aracaju/SE
Cônscios de nossas raízes, da importância de vivermos em família e entendermos o significado das palavras que norteiam a sua constituição (pai, mãe, esposa, filho, filhas, irmãos, irmãs...), de acreditarmos na vida sendo regida por um ser Superior, complacente e inigualavelmente poderoso, que está conosco em todos os momentos e em quaisquer lugares por que passamos (mesmo que não percebamos), disposto a conduzir-nos à felicidade colimada, sem, no entanto, nada nos exigir, a não ser um pouco de compreensão, de paciência, de solidariedade, de atenção, para com o próximo, torna-se bastante tranqüila, em nós, a absorção dos bens culturais como algo de fundamental importância para uma comunidade, um grupo social e/ou uma sociedade em geral, e não simplesmente como um patrimônio desconstituído de significação.
A formação do caráter do homem não se inicia a partir do seu ingresso na academia. Ela é concebida desde a sua tenra idade e vai se desenvolvendo no dia a dia, de maneira coerente ou não, a depender da forma que cada partícipe da família obedeça ou não às orientações transmitidas por seus pais, que num contexto geral são de extrema validade para a definição de sua personalidade.
Museu Olímpio Campos
Ocorre que, hodiernamente, com toda essa evolução tecnológica pela qual vivenciamos, em pleno Século XXI, nota-se que há uma crescente margem de jovens que não têm uma linha de conduta pautada no respeito e na obediência aos seus genitores, e isso implica diretamente em uma problemática bastante significativa, que não deve ser olvidada, posto que irá proporcionar sérias conseqüências para a sociedade, em um futuro iminente, ou seja, um elevado número de jovens totalmente alienados, facilmente conduzidos por terceiros de má-fé. Exemplificando: Quando entramos na academia, nos deparamos com uma multiplicidade de culturas (seja no campo das idéias, dos ideais, dos pensamentos, das religiões, da sexualidade...), e se a personalidade nossa não tiver sido trabalhada, preparada (ou se não tivermos dado a devida relevância aos ensinamentos dos nossos pais) – antes de adentrarmos a academia – para lidarmos com essa diversidade, corre-se o risco de abdicarmos o nosso modo de vida para simplesmente seguirmos uma direção que não havia sido projetada. Faz-se premente e necessário que tenhamos uma postura digna e não soframos influência negativa de A ou B, e se ainda não a possuímos, que sigamos sempre os bons exemplos, os quais se não estiverem em nossos lares podemos extraí-los em outras fontes - um amigo, um vizinho, um médico, um personagem de um livro, ou algum indivíduo que, mesmo de forma fictícia, sirva-nos de paradigma comportamental e integridade moral a ser copiado. Percebe-se que a grande maioria dos doutores de academias propaga, de forma não inocente, o seu ceticismo. Agucemos o nosso intelecto e não nos permitamos dar credibilidade a isso. Não é pelo fato de sua maioria professar uma heresia patente, que devemos seguir essa onda. Pelo contrário, devemos adotar, em nossas vidas, uma linha de conduta com bastante coerência, munidos de fé, coragem, inteligência, força e consciência dos nossos desígnios, rumo à consecução das nossas metas, pois acreditamos que muitos deles – por trás de uma aparente auto-suficiência – são, meramente, seres frágeis e sem norte. No entanto, admitamos, são capazes de conduzir os mais desavisados para esse abismo inexorável.        
Igreja Nossa Senhora do Carmo - Ouro Preto/MG
Patrimônio Cultural da Humanidade
Considerando os fatos esposados e que muitos jovens atualmente estão propensos, perigosamente, à influência de terceiros, alcoolismo, sublevação, descrença, imediatismo, sexualidade pervertida, dependência química, desvalorização da família, egocentrismo etc. – frutos da inobservância de seus pais e/ou desvalorização da família – vemos, por conseguinte, como extremamente complexo, fazê-los compreender a relevância dos bens culturais – patrimônio cultural, se não conseguem se identificar, se inserir no contexto social, se estão intrinsecamente vazios, alheios a essa compreensão de mundo, despidos de sensibilidade?
Para haver a valorização do nosso Patrimônio Cultural (conjunto de Bens Culturais), seja de natureza Material (Tangível) ou Imaterial (Intangível), faz-se necessário que tenhamos sentimentos, sensibilidades em torno de algo. Assim, a identidade cultural e memória social desses jovens precisam ser resgatadas, trabalhadas, urgentemente, nas escolas e universidades (e de forma alguma distorcida por essas instituições) para que se reforcem de forma mútua, e tomando consciência do que os distingue ou não de outros grupos sociais, possam tornar-se profícuos para a manutenção dos seus Bens Culturais. Resta, portanto, que sejam implementadas políticas de construção de identidades culturais para reforçar a memória social daqueles que a possuem e principalmente fazer com que os que não a detenham, tomem posse dos seus valores, dos seus costumes, de suas manifestações e haja, conseqüentemente, continuidade de sua história (passando, sucessivamente, de pai para filho).


RELATÓRIO – I VISITA TÉCNICA FAZENDA TEJUPEBA

Nossa Senhora de Lourdes - interior da residência da família Mandarino
foto: Márcia Sierra 

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE – UFS
Curso: História – Licenciatura Noturno / 2011.2
Profº. Doutor Antônio Lindvaldo Sousa
Profº. Doutorando Claudefranklin Monteiro Santos
Acadêmico: Astromônico Santana Lima
  
APRESENTAÇÃO

O presente Relatório trata-se de visita realizada na Fazenda Tejupeba, situada no município de Itaporanga D’Ajuda (40 km da capital), no Estado de Sergipe, na Rodovia Humberto Mandarino, que liga a BR-101 à praia da Caueira, no dia 15 de outubro de 2011, entre às 9 h 50 min e 11 h 40 min, relacionada a atividades complementares das Disciplinas Temas de História de Sergipe I e Patrimônio Cultural, ministradas, respectivamente, pelos Profºs. Doutor Antônio Lindvaldo Sousa e pelo Doutorando Claudefranklin Monteiro Santos, e tem como desiderato resgatar parte da Historiografia e do Patrimônio Cultural de Sergipe a fim de reacender a memória social e manter viva a nossa identidade.

RELATO NARRATIVO-DESCRITIVO

Tejupeba - Alunos, Monitores e Professores
foto: Márcia Sierra
Ao adentrarmos a Fazenda Tejupeba, os mestres retromencionados, auxiliados pelos seus monitores, organizaram uma dinâmica, onde a turma - composta por trinta acadêmicos - foi dividida em três grupos, cuja incumbência de cada um deles (por trás da busca de uma barra de cereais escondida) relacionava-se à verificação particularizada das impressões das edificações que constituem a Fazenda Tejupeba (Casa, Igreja e Senzala). Tendo sido encontradas pelos grupos as respectivas barras de cereais, todos reuniram-se embaixo de uma árvore frutífera (mangueira) para que cada um dos grupos explicitasse aos demais às suas impressões acerca da edificação visitada.
Alunos que visitaram a senzala e moradores
foto: Márcia Sierra
O grupo que visitou a senzala teve as seguintes impressões sobre o local: o complexo é formado por três blocos, sendo que os menores são formados por residências bem distribuídas. Diferentemente de outras senzalas, as de Tejupeba são divididas por cômodos, cada uma das senzalas menores contém 1 (uma) janela e 1 (uma) porta e as senzalas maiores contêm 2 (duas) janelas e 1 (uma) porta, todas mantendo a cor padrão, branco nas paredes e verde colonial nas portas e janelas.
Senzala
foto: Márcia Sierra
 Verificou-se ainda, em contato com os atuais moradores, que eles, infelizmente, não têm o mínimo conhecimento do que se passou, do que ocorreu, do que simboliza, do que representa para a História de Sergipe esse local. O Profº. Dr. Antônio Lindvaldo Sousa interveio na explanação do grupo para explicar que as senzalas eram separadas e/ou divididas por cômodos porque foi na época da Lei Eusébio de Queirós, onde ficou proibida a compra de escravos, que estavam cada vez mais caros, e a solução encontrada foi respeitar os casais existentes na fazenda e dar condições para que procriassem e permanecessem no local. Esse grupo encontrou a barra de cereais em uma árvore próxima à senzala.
Igreja Nossa Senhora de Lourdes - Tejupeba
foto: Márcia Sierra
O grupo que visitou a Igreja destacou as seguintes impressões acerca da edificação: restos mortais de nobres que fizeram parte da história local e eram sepultados dentro da Igreja; divisões internas da Igreja, que é separada por paredes, dando a clara impressão, que tinha como objetivo a segregação dos nobres e dos escravos, que não poderiam se misturar; o pavimento mais elevado seria destinado aos nobres; Perceberam também que a Igreja é composta por muitas janelas e portas, possuindo 2 (duas) torres e 3 (três) pisos, porém as torres não tinham sinos, o que, de pronto, foi esclarecido por uma das moradoras do local, informando que os sinos haviam sido retirados e estavam guardados em lugar adequado. A barra de cereais foi encontrada no altar.
Colégio de Tejupeba
foto: Márcia Sierra
O grupo que visitou a Casa Colégio (antiga morada dos jesuítas) relatou as seguintes impressões: a Casa Colégio é dividida em vários cômodos e colunas (sempre com muitas janelas), três pisos e muitas salas; o piso é de madeira e não pode (ô) ser muito explorado porque muitas madeiras estavam comprometidas. A barra de cereais foi encontrada num compartimento de difícil acesso e o grupo precisou de auxílio.
Tendo sido colocadas as impressões dos grupos, o Profº. Dr. Antônio Lindvaldo Sousa buscou elucidar algumas questões levantadas pelos grupos e adicionar outras relevantes e atinentes ao tema. Assim, enfatizou que naquela época (Século XVII) os mortos eram enterrados, a depender da sua importância, dentro ou fora da Igreja, e tão-somente a partir da Proclamação da República é que foram criados os cemitérios civis. Informou que com a chegada dos jesuítas em Sergipe, as características das edificações que construíam foram mantidas, como um conjunto arquitetônico, preservando sempre as mesmas cores, bem como havendo distância entre as construções, que objetivavam a realização das procissões. Como não existia energia, as casas tinham muitas janelas grandes o que facilitava a iluminação e a ventilação. Os escravos eram índios e não negros africanos.
Ato contínuo, foi dada a palavra para o Profº. Doutorando Claudefranklin Monteiro Santos, que teceu algumas observações bastante pertinentes às colocações feitas pelos grupos, encerrando a sua fala com o tema legislação patrimonial. Inicialmente, fez questão de frisar que a Fazenda Iolanda é um local bem apropriado para que possamos entender a dificuldade para aplicação da legislação patrimonial e aquilo que se pode perceber, muitas vezes, da frieza e dureza da lei. Elogiou, concordando com a colocação do Profº. Dr. Antônio Lindvaldo Sousa quando comentou que mesmo tendo ido várias vezes a Fazenda Iolanda sempre se tem uma coisa nova, diferente para se observar. Nos advertiu, o Profº. Doutorando Claudefranklin Monteiro Santos, que no decorrer do curso devemos aprender a treinar o olhar, a sermos mais observadores, e que essa dinâmica que vem sendo feita há alguns anos pelo Profº. Doutor Antônio Lindvaldo Sousa, em dividir os grupos para instigar a nossa observação, trata-se de uma habilidade que temos que adquirir no transcorrer do curso.
Falou acerca da obra de Murilo Marques – Brasil Terra de Quem – onde o autor mostra como as povoações brasileiras foram constituídas durante o período colonial. O referido autor percebeu, ao usar o conceito de patrimônio religioso, que a igreja foi responsável pela expansão dos núcleos populacionais brasileiros. E Sergipe não foi diferente. Lembrou que a Igreja e o Estado estavam juntos, em decorrência do padroado, e as ações de um eram, na verdade, as ações do outro. Disse que na apresentação do livro do Péricles o professor Francisco enfatizou que mesmo na Proclamação da República – com a separação da Igreja e Estado - a Igreja ainda continuou influenciando decisivamente nas questões de Sergipe. Assim, Sergipe se destoou do resto do País.
Registrou que a vinda dos jesuítas para Sergipe fazia parte de um projeto de expansão do poderio português, quer dizer os padres acabavam fazendo às vezes do Estado e se confundia com o Estado porque era o próprio Estado. Embora não tenham surgido cidades a partir de Tejupeba, as cidades surgiam, justamente assim, de uma capela ou de uma igreja, dedicada a um santo, a uma devoção, e daí todo o processo de expansão populacional, principalmente nas zonas urbanas. Tejupeba, porém, sempre manteve as características de um local eminentemente rural. Informou que o conjunto Fazenda Iolanda (Casa, Igreja, Senzala e o entorno) começou a ser construído no Século XVII e vem se modificando ao longo dos anos.
Ressaltou a importância de perceber que o espaço físico é um conjunto composto de vários extratos de memória e de história. Que a Fazenda Iolanda não deve ser vista apenas como uma reminiscência dos séculos XVII, XVIII, mas também dos séculos XIX e XX, pois várias camadas de história vão se assentando e se postando no espaço. Que ao lado da Igreja verifica-se uma casa típica do século XXI. Assim, nota-se a importância do historiador treinar o olhar e perceber como esses extratos são construídos, uma vez que, como foi visto em Patrimônio Cultural, não podemos considerar o conceito de cultura como algo estático, a idéia de preservação não significa ficar a coisa parada – há dinâmica humana.
Com relação aos sepultamentos, mencionou a obra de João José Reis – A Morte é uma Festa – alegando que essa obra tem várias passagens mostrando a importância do sepultamento. Advertiu para observarmos a data de algum sepultamento dentro da Igreja, pois ali se demarca o momento em que os sepultamentos foram proibidos dentro das igrejas por questões higiênicas e isso ocorreu no final do século xix, onde surge a idéia de cemitérios. Frisou que as pessoas que tinham mais posses evidentemente eram sepultadas próximo ao altar, na sacristia, ou seja, nos locais considerados mais sagrados, já aquelas que não tinham condições eram enterradas em qualquer lugar. Concluindo as suas argumentações, destacou a questão da legislação patrimonial, informando que a Fazenda atualmente é chamada de Iolanda e que é um exemplo típico de que tombamento não é garantia de proteção do bem cultural. Esse tombamento se deu em 1943 pelo IPHAN.
Deixou claro que o tombamento desse local não é o tombamento somente da Igreja ou do espaço que nós chamamos de Colégio, de Residência dos Jesuítas, esse tombamento tem uma característica especial, é o tombamento desses aspectos arquitetônicos, arquitetura patrimonial, e o seu entorno.  Asseverou que Murilo Marques mostra porque há esses espaços tão abertos em torno da capela ou igreja, uma vez que está no local mais destacado do terreno e esses locais, que chamamos de átrio, eram os espaços de manifestação das tradições.
Nos esclareceu que depois do desabamento do telhado, César Mandarino, preocupado, e tendo, evidentemente, recursos monetários privilegiados, colocou, inadvertidamente (porém, bem-intencionado), um telhado distinto das condições requeridas pelo IPHAN, ou seja, telhado novo de maracatiara, com telha moderna. Conseqüentemente, deparou-se com um sério entrave jurídico.
Citou a obra de Sônia Rabelo – Tombamento – o Estado na Preservação de Bens Culturais, onde a autora faz uma análise da legislação patrimonial. Fez alusão ao Decreto-Lei nº 25, de 1937, que está em vigor no Brasil e representa a primeira legislação sobre tombamento. No seu art. 17 dispõe que “As coisas tombadas não poderão em caso nenhum ser destruídas, demolidas ou mutiladas, ser reparadas, pintadas ou restauradas sob pena de multa de 50% do dano causado. No caso específico de Tejupeba ou Fazenda Iolanda, o Ministério Público interpretou essa interferência do proprietário como uma espécie de mutilação, por isso, foi processado e continua respondendo judicialmente por tal atitude.
Sobre essa temática, Sônia Rabelo alega que “se existe a proibição de alterar o bem tombado sem autorização da autoridade competente, aquele que viola esta determinação estará cometendo infração à norma legal, ainda que a sua alteração venha posteriormente a ser considerada admissível”.
Quanto ao seu desfecho jurídico, o Profº. Doutorando Claudefranklin Monteiro Santos, acredita que o proprietário, embora tenha infringido a lei, será absolvido da acusação de mutilação do patrimônio, por ter agido de boa-fé. Informa que há um projeto detalhado de reforma do espaço Fazenda Iolanda, que se encontra, segundo o IPHAN, no Ministério do Planejamento, aguardando dotação orçamentária. Esperançoso, enfatizou  que existe um preceito legal da legislação patrimonial que pode agilizar esse processo, o qual diz o seguinte: patrimônios culturais em riscos têm prioridade, mesmo em período de escassez orçamentária.
Por fim, observou que a existência de tantas janelas e tantas portas nas edificações dos jesuítas na Fazenda era para uma melhor luminosidade e ventilação, afinal não havia ar-condicionado, as paredes eram grossas e era necessário que esse vento circulasse, e as construções eram posicionadas a permitir a iluminação.
Alunas apresentando o Seminário Jesuítas
e a Colonização de Sergipe
foto: Márcia Sierra
Isto posto, deu-se início ao Seminário: Jesuítas e a Colonização de Sergipe, o qual foi presidido pelas acadêmicas do Curso de História – Licenciatura Noturno (2011.2) – Marise Isabel Dantas Souza, Josicarla Machado, Valéria Araújo e Vanessa Gonçalves,  que, em síntese, explanaram a importância da Fazenda Tejupeba para a História de Sergipe, como também a participação dos jesuítas no processo de catequização dos índios e colonização do Estado. As seminaristas utilizaram-se de recursos oral e folder – e abordaram a temática dentro da seguinte contextualização:
O seminário teve como objetivo mostrar não só a importância da Fazenda Tejupeba para a história de Sergipe, como também a participação dos jesuítas no processo de catequização dos índios e colonização do estado.
Alguns padres jesuítas chegaram ao Brasil por volta do ano de 1549 na expedição chefiada por Tomé de Souza. Com a missão de catequizar e educar os índios os jesuítas se expandiram por todo o território brasileiro. No entanto essa ordem regular de expansão era subordinada ao Estado português, conforme os preceitos do Padroado Régio (conferia ao rei poderes sobre todos os cargos eclesiásticos na colônia, os bispos de Roma  e demais sacerdotes). Na verdade, os jesuítas, munidos da fé cristã, estavam totalmente comprometidos com a programação estabelecida pelo rei dom João III.
Nesse diapasão, GLÓRIA KOK evidencia que “as almas e as riquezas materiais configuram-se como integrantes de um projeto único: o de enriquecer a Metrópole espiritualmente com as almas e financeiramente com as benesses fornecidas pela natureza” (KOK, 2001, P. 76). A concepção missionária  da  Companhia  de  Jesus  no  Brasil  colônia  era  transformar  índios, através  do  ensino, em bons  cristãos.  Instruí-los  nos  hábitos  de  trabalho  dos  europeus,  e transformá-los em cidadãos flexíveis a coroa Portuguesa.
Não se pode negar que a vinda dos jesuítas para o Brasil está intrinsecamente relacionada com o movimento denominado Reforma Protestante, liderado por Martinho Lutero, de significativa repercussão, que redundou na motivação da Igreja Católica a dar início a Contra-Reforma (movimento repressor). Assim, a forte expansão do movimento de catequese pelos jesuítas aqui no Brasil - grande colônia Portuguesa - ocorreu certamente como uma reação ao crescimento da influência das idéias luteranas, tendo como escopo combater a expansão do protestantismo e as críticas Reformistas.
No Estado de Sergipe, a presença da Companhia de Jesus é datada de 1575, e foi comandada pelo padre jesuíta Gaspar Lourenço, o qual construiu várias igrejas,  expandiu a catequese, e introduziu símbolos e rituais da Igreja Católica no dia a dia dos índios. Dentre as missões constituídas por Gaspar Lourenço, podemos citar: São Thomé (6 léguas distantes do rio Real), Santo Inácio (10 léguas para o Norte as  margens  do  rio Vaza-Barris),  e São Paulo, junto ao litoral obtendo o apoio dos grandes caciques Serigi, Surubi e Aperipê.   
Gaspar Lourenço quando adentrou as terras de Sergipe tinha 40 anos de idade e foi discípulo do Pe. Jesuíta José de Anchieta. Portanto, ele não poderia ser considerado um neófito. Um dos seus expedientes para atrair os índios era a música, catecismo e diversos rituais cristãos.
Ressalte-se que no ano de 1576 a fase inicial de catequização dos índios por parte dos jesuítas tornou-se extremamente dramática e, certamente, interrompida provisoriamente, uma vez que o então governador da Bahia, Luiz de Brito, veio a Sergipe confrontar-se com os índios e as conseqüências dessa empreitada militar não foram nada satisfatórias para a Companhia de Jesus, em que houve, além do extermínio de muitos índios, a escravização de mais de 1000 gentios, sendo os mesmos transportados para a Bahia. As esperanças catequéticas dos jesuítas em nossas terras só foram retomadas em 1590 (conquista de Sergipe), com Cristóvão de Barros. Nessa volta a Tejupeba, os jesuítas tinham a intenção não só de catequizar os índios como também de criar gado.
Rio Vaza-Barris
foto: Márcia Sierra
Não por acaso, a localização de Tejupeba foi planejada pela proximidade com o rio Vaza-Barris e pelo monte, onde foi construída a igreja. Por ser uma área mais elevada da região, facilitava a visualização da chegada de inimigos, que vinham para atacar a fazenda. No tocante ao alusivo rio, caso algum barco se aproximasse do local os jesuítas tinham a visão geral da área e do seu inimigo, uma vez que estavam em pontos estratégicos. Tejupeba muito se destacou, no cenário nacional, mormente pela construção de embarcações, visto que a região era formada por mata que possuía madeiras de boa qualidade, e muitos jesuítas, inclusive, eram especialistas na construção de barcos.
A arquitetura da Fazenda segue os padrões das construções dos jesuítas e o seu poderio arquitetônico. Após a expulsão dos jesuítas, pelo Marquês de Pombal, em 1759, a Fazenda Tejupeba passou a ser engenho, e em 1764 as terras foram arrematadas por Nicola Mandarino, em 1920 o proprietário tomou posse e deu o nome de Fazenda Iolanda, em homenagem a uma de suas filhas. A mesma foi tombada em 1943, no entanto, evidencia-se a ausência de preservação.
Complexo Arquitetônico da Fazenda Tejupeba. 
foto: Márcia Sierra
As terras que pertenciam aos jesuítas foram-lhes doadas pelas sesmarias. Assim, construíram um complexo arquitetônico formado pela igreja Nossa Senhora de Lourdes,  pelo Colégio, que servia como referência Cristã. A Fazenda foi arrematada no transcurso dos anos pelas famílias Dias, Coelho, Melo e Mandarino. 
Oportunamente, o profº. Dr. Antônio Lindvaldo Sousa ressaltou que em Tomar do Geru existe uma capela que até hoje impressiona pela riqueza da obra construída, com suas paredes banhadas a ouro, e, ao contrário da Igreja de Tejupeba, Tomar do Geru transformou-se em uma cidade construída ao redor da Igreja. Salientou ainda que os jesuítas tiveram duas atuações em Sergipe:  uma como catequizadores e outra como fazendeiros; e, em outro momento de pouca importância para Sergipe, a plantação da cana de açúcar, no final do Século XVIII. Foi perquirido pelo aludido professor com quem teriam ficado as terras dos jesuítas, já que foram expulsos de Sergipe.  Respondendo ao seu próprio questionamento, informou-nos que a expulsão ocorreu em 1759 com a Carta Régia do Marquês de Pombal, que determinava a prisão de um padre em Tejupeba e dois em Jaboatão, finalizando o processo de expulsão e participação dos jesuítas em Sergipe e que todas as terras que eram dos jesuítas passaram para particulares. Isso ocorreu num período em que a Europa vivia a fase do iluminismo onde disseminaram a idéia de que a Igreja trazia as trevas e, por isso, os religiosos deveriam ser expulsos do campo educacional e no lugar deles colocariam professores leigos. O Marquês de Pombal é considerado um dos grandes heróis em Portugal, pois tentou varrer, não só de Sergipe, como do Brasil, todos os jesuítas. Com relação à Fazenda Tejupeba, nos esclareceu que os primeiros particulares estão enterrados detrás da Sacristia, como o Barão e a Baronesa de Estância, e eles ocuparam as terras dos jesuítas e utilizavam como fazendas.

IMPRESSÕES DE VIAGEM

Profº. Dr.  Antônio Lindvaldo e alunos
foto: Márcia Sierra 
A viagem a Fazenda Tejupeba ou Fazenda Iolanda, como é denominada atualmente, muito contribuiu para o nosso enriquecimento acadêmico, tanto no aspecto Histórico quanto no aspecto Patrimonial. Os nossos mestres, de Temas de História de Sergipe I e Patrimônio Cultural, com muita sabedoria, fizeram-nos compreender a grandeza e relevância da Fazenda Tejupeba, efetivamente tombada, por ser um marco da historiografia sergipana, conscientizando-nos da extrema necessidade de preservação desse Patrimônio Cultural, inscrito no Livro Histórico sob o nº 213, datado de 21.5.1943 (Processo nº 0289-T-41), o qual, embora esteja sob a égide legal do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN relaciona-se a um exemplo típico de que o simples tombamento não assegura a preservação do bem patrimonial, e que a lei, por si mesma e com a sua frieza, não diz nada. É preciso que os seus operadores saibam, queiram e tenham compromissos com a sociedade para conduzi-la de forma lógica, justa e honesta.
Leandro, Profº Claudefranklin e Astromônico
foto: Márcia Sierra
Destarte, compete-nos propagar esse monumento histórico, edificado no início do Século XVII, símbolo marcante da atuação dos jesuítas da Companhia de Jesus (fundada por Inácio de Loyola), para sensibilizar, não somente as autoridades legais pertinentes, como toda a população brasileira no sentido de abraçar essa nobre causa em defesa da nossa memória e identidade, ou seja, não devemos permitir que essa parte relevante da História  se submeta ao esquecimento, mas, sim, seja rememorizada reiteradamente pela sociedade.